Leitor Contemplativo
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O leitor contemplativo, meditativo da era pré-industrial, o leitor da era do livro e da imagem expositiva. É uma leitura que possibilita voltar as páginas quantas vezes o leitor o desejar. Trata-se de um leitor que tem diante de si objetos palpáveis: livros, pinturas, gravuras, mapas, partituras

Esse tipo de leitor nasce no Renascimento e perdura hegemonicamente até meados do século XIX. É o mundo do papel e da tela. O livro na estante, a imagem exposta, à altura das mãos e do olhar. Esse leitor não sofre, não é acossado pelas urgências do tempo. Um leitor que contempla e medita. Entre os sentidos, a visão reina soberana, complementada pelo sentido interior da imaginação.

Uma vez que estão localizados no espaço e no tempo, esses signos podem ser continua e repetidamente revisitados. Um mesmo livro pode ser consultado quantas vezes se queira, um mesmo quadro pode ser visto tanto quanto possível. Sendo objetos imóveis, é o leitor que os procura, escolhe-os e delibera sobre o tempo que o desejo lhe faz dispensar a eles.

Embora a leitura da escrita de um livro seja, de fato, sequencial, a solidez do objeto livro permite idas e vindas, retornos, re-significações. Um livro, um quadro exigem do leitor a lentidão de uma dedicação em que o tempo não conta.

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